Geomaticians

Mapeamento De Cabo Verde Para Proteger As Tartarugas Do Plástico

Mapeamento De Cabo Verde Para Proteger As Tartarugas Do Plástico
A estudante do Programa Doutoral em Biologia da FCUP, Diana Sousa Guedes, tem estado a mapear, com recurso a um drone, o lixo marinho das praias de Cabo Verde, num trabalho que procura perceber o impacto do plástico nas tartarugas-marinhas. O objectivo é proteger estas espécies ameaçadas de extinção, num cenário cujos resultados não são, desde logo, nada animadores.
“Numa das praias da ilha de Santa Lúzia (lado norte), detectámos 917 itens de plástico grandes, médios e pequenos (maiores de um milímetro) por metro quadrado”, detalha. Apesar de esta praia não ter habitantes, os números não deixam de surpreender os cientistas. A bióloga de 32 anos aponta para o papel das correntes oceânicas: “estando na rota do Giro do Atlântico Norte, as praias do Norte e Este destas ilhas acumulam muito do lixo que vem dos oceanos”.
Com estes dados, a investigadora pretende obter um mapa de Cabo Verde com as zonas mais vulneráveis para a nidificação da tartaruga-comum (Caretta caretta), tendo em conta a poluição por plástico e as previsões de subida do nível do mar no arquipélago. “Estes mapas poderiam levar a medidas práticas, por exemplo, pressionar para a restrição na produção e utilização de materiais de pesca feitos de plástico e o incentivo a materiais mais sustentáveis; a limpeza mais regular destas praias mais vulneráveis; ou a educação e sensibilização ambiental das comunidades locais de pescadores”, conta.